quinta-feira, 14 de junho de 2012

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Terapia da omissão


               Eu sinto que nem sempre - para ser sincera - eu preciso falar tudo. Eu... tão tagarela, tão maluquinha, as vezes só quero ficar em silêncio. E me basta. Ele me diz o que sou e quem me tornei. E em momentos de fraqueza de espírito, ele me conforta, porque não é preciso coragem para ficar em silêncio. Terapia da omissão. Mas às vezes, o silêncio grita. Nada mais de omissão. Ele grita e tudo se torna visível, audível.

                Um dia eu disse pra um rapaz da cidade grande que o amava. Não foi mentira, nunca será. Em meio aos desencontros e ao desdém, aprendi a me amar. Acima de tudo, acima dele. Ao passo demorado em que me amei, emagreci, mudei, me senti confiante. Até bonita, talvez? Não é que eu esteja magra, não é que eu esteja linda. Depois de algum sofrimento, de muita incerteza e de um pouco de lágrimas, com a cabeça erguida, reencontrei-o. Balancei, tremi nas bases, não gaguejei mesmo apesar de tantas lembranças, mesmo apesar de por muito tempo ter sentido o cheiro dele em todos os lugares, mesmo depois de ter fugido dele em todas as redes sociais... Mesmo depois.

                   Um abraço, e sai do fundo da caixinha a lembrança da minha pele queimando no fogo fátuo do seu toque. E então os sentimentos, as sensações e as lembranças evanesceram. Aquele grito visceral do silêncio se apagou.

                    Ele não era perfeito. E agora eu via. Não é como se ao dissiparem-se as sensações, eu esquecesse. Eu lembro, lembro melhor do que queria – o que me reafirma o quanto era forte – mas agora não dói. Agora que sei que posso viver sem ele. Agora que sei que não sou má companhia, que não preciso estar ao lado de alguém para me sentir feliz... Posso me sentir feliz ao lado dele não tendo-o para mim. Não preciso mais mendigar migalhas de atenção. Não. Quão humilhante é isso? E eu nem ao menos me importava. Sinal de que minha autoconfiança se exauria simplesmente por querer frações de seu amor vazio. O amor de outra... De outras... Mas principalmente dele mesmo.

                      Nunca na minha vida desejei-lhe o mal. Não seria agora... Agora que não me machuca mais que eu desejaria. Não. Desejo todo o bem do mundo. Exatamente isso. Todo o bem que possa lhe ocorrer. Não ao meu lado, já não desejo-o para mim. Ainda gosto de como soa a sua voz e de como é sincero. Ainda gosto de muitas coisas... Ainda amo seu sorriso, mas ele já não precisa ser meu.  Já não precisa ser por minha causa. Logo, acredito que agora aprendi a amá-lo, e por isso está livre para ser quem quiser... para viver sem se preocupar. Amor não precisa ser paixão, não é breve, mas não precisa queimar. Sabe aquele fogo fátuo? Ele pode ir... está livre e agora, também estou.

                        Nos veremos na próxima esquina, ou na próxima depois desta.

                        Pronto, falei.


                                                                                                              ~Yukina Iayoi

domingo, 18 de março de 2012

Doushite konna ni totemo itai
Se parecer com um personagem de anime dói. hmm./

sexta-feira, 2 de março de 2012

Em um vai-e-vem quase lascivo, ele me empurra para longe, me joga em queda livre e então puxa-me de volta. E a cada movimento, algo novo surge. Bom ou ruim... É imensavel encontrar um significado para as imagens que acompanham as engrenagens. E eu o odeio. Odeio tudo sobre ele odeio como ele me toca e odeio a forma como isso me arrepia. Odeio seus beijos, e como dá um frio na barriga o fato de ser surpreendida. Odeio o fato de você me beijar às escondidas, e odeio ainda mais a forma como me cora o seu sorriso. E seu jeito seguro e solitário? Ah, que Ódio. Odeio o fato de não me amar, e o medo de te perder. E como me faz sentir unica quando estamos a sós. Odeio a vergonha que sente ao demonstrar afeto em publico, e a forma como lê minha mente. Odeio quando mente e como te ouvir tocar violão me acalma. Odeio a sua voz no meu ouvido e o fato de cheirar tão bem. Odeio a forma como me faz rir, e odeio ainda mais quando me faz chorar. Odeio quando pede desculpas e quando me faz sentir especial. Odeio tanto a forma como funcionamos bem juntos... Odeio jogar video game contigo e ir ao cinema... Mas eu realmente odeio o fato de nao ser capaz de não te amar... Ser incapaz de te esquecer. Odeio ser feliz ao teu lado.

~Yukina Iayoi

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Histórias... histórias... estórias.

                 Um dia, a talvez 5 ou 6 anos atrás, conheci um guri muito simpático, mas que parecia muito mais novo que eu. Seu grande Nick colorido escrito no diminutivo... Seu amor por animes, mangas e jogos... tudo concordava com meus fatos. 
                O tempo foi passando, e fui percebendo que esse guri na verdade me entendia, e eu conseguia entender as coisas pelas quais ele passava. Acabamos nos tornando grandes amigos. Vieram e se foram os amores e seguimos conversando. 
                Passou um longo tempo e fui me aproximando sem querer. Tudo isso online, usando o tão clichê MSN. O tempo foi passando, nos encontramos certa vez, mas por muito tempo mais, não pudemos nos ver já que moramos em cidades diferentes e os horários não batiam. Houveram promessas. Maior parte delas, minhas. Eu que gostava tanto desse guri que nem ligava pra mim.                                                    
                Vieram novos amores, paixões, paramos de nos falar por um tempo e ele parecia meio convencido quando voltou até mim, falava da namorada, e de como conseguia fazer alguém feliz, não me sentia bem com isso. Me pedia opiniões, e nunca teve vergonha de falar sobre qualquer coisa comigo. Queria não ter que responder aquelas coisas, mas gostava tanto do fato dele estar  falando comigo por vontade própria que ajudei quando por dentro, queria atrapalhar, mas seria muito egoísmo. Eu estava namorando na época e amava demais meu namorado, mas uma certa dorzinha vazia incomodava por algo que não aconteceu... Aí nos afastamos novamente e foi bom... Ele nunca vinha falar comigo e eu também não largaria o orgulho e falaria com ele. 
                 Acabei esquecendo de como era conversar com esse guri, aproveitei livremente o amor eterno pelo meu namorado, até que o relacionamento acabou. Um dia, vários meses depois, um grupo do qual eu gostava foi para a cidade dele. Não pude ir, mas acabei conversando com ele perguntar se iria, e mais tarde, como havia sido. Ambos havíamos terminado os namoros, cada um por seu motivo... de sua forma. Nunca saberei o que aconteceu com ele, provavelmente. Nem ao menos sei como ela era. Devia ser bonita, ele tem carisma. Eu já não sentia amor algum por ele. Havia muita simpatia, boas lembranças, apesar de algumas doloridas. Conversamos bastante, voltamos a ser amigos, depois grandes amigos. 
                  Once upon a time... fui à cidade dele... à casa dele. Haveria uma festa a fantasia naquela noite e eu queria me divertir, talvez conseguisse até roubar um beijo dele, quem sabe? Não sentia amor, mas alguma coisa ainda me lembrava que muito havia se passado mas tínhamos assuntos inacabados. 
                 Dormimos na mesma cama, truque do destino ou talvez fato premeditado. Porém ao acaso ou não, na manhã seguinte tudo mudou. Eu que queria roubar um beijo, fui calada por um... Passamos de grandes amigos para amigos coloridos... não que a amizade tenha diminuído. Não diminuiu. Voltei para casa com medo de me apegar novamente e sofrer. Resisti bravamente, não me apeguei, imaginava que havia sido apenas aquela vez, que nunca mais aconteceria.
                 Em breve seria meu aniversario, mas apesar do convite não acreditava que ele viria. Ele veio, quase ninguém veio, mas ele veio. Nos divertimos, comemos bolo, assistimos filme, conversamos sobre toda sorte de coisas. Caminhamos e com certeza este é dos fatos, o mais marcante, pois ao visitarmos minha antiga escola, em meio a toda a natureza daquele lugar que sempre me faz bem... eu me senti leve, e acredito que ele também. Me sentia feliz, apesar de tudo. Ele esqueceu uma camiseta ao ir embora. Um feliz fato que me fez bem. Ele cheira bem.                       
                 Mas novamente ao nos despedirmos, acreditei que não haveria um depois. Sempre houve algo que nos aproximava, como um imã, irresistível ou não, nunca tentei resistir... Até então. 
                 Não podia me apegar a ele. Ele mesmo deixou claro certa vez que não se apega, que a ex o mudou, que compromisso, relacionamento não presta. Eu não podia me apegar, iria doer... iria machucar denovo. Resisti, não tão bravamente... dolorosamente, eu diria... cansativamente, talvez. Não queria resistir. Pois “com a morte da esperança, o brilho de uma estrela se apaga”, e eu estava tentando matar a minha. Engraçado como meu orgulho nunca me deixou falar sobre isso com ele. Ele não é perfeito... sempre tive reclamações, a recíproca também é verdadeira. Mas como podemos nos entender assim tão bem? Sinto como se conhecesse ele a minha vida inteira, e ao mesmo tempo, o descubro a cada frase. Ele foi tão gentil e cordial, não sou acostumada a essas coisas... sabe? Desde a decadência do romantismo e tudo mais... Ele estava mudado, eu podia ver. 
                    Mudado do garoto que eu conhecia. Aqueles sonhos, aquele romantismo foram selados bem fundo, e isso eu pude perceber, mas não é como se ele percebesse, nem ao menos como se ele ligasse. E novamente fui até ele, não teria ido sem o convite, me senti intrometida. Era a sua família, não a minha... era virada de ano, mas não me senti solitária. Muitos dos planos feitos para esta viagem complicaram-se, mas voltando a citar fatos marcantes, ele me defendeu; ele demonstrou afeto por iniciativa própria... parecia mais próximo, mais real, e então denovo fui embora. Não conseguia tirar da cabeça que pela primeira vez, ele demonstrou vergonha... apesar de demonstrar carinho, de sempre sentar perto de mim, ele teve vergonha de um beijo... ou talvez fosse de mim. Voltei para casa mais leve, mas mais marcada. Marcada também por seu perfume que me acompanhou por muito tempo naquela blusa que tardei a usar para que não perdesse o cheiro. Sabia também que a indiferença não funcionaria mais porque ela havia sido sepultada de vez. E ele voltou novamente, em companhia da mãe, que pouco antes... minha própria mãe havia dito minha sogra. Neguei, desconversei, foi um dia incrível, mesmo com a areia, a água salgada e as águas vivas, mesmo com a minha irmã me segurando muito perto da areia... foi divertido.                 
                      Pensei que ele iria embora, mas felizmente estava enganada, e no dia seguinte fomos ao clube, e pode ter sido por efeito do sol batendo no sentido oposto, ou talvez a endorfina liberada pela natação, mas fiquei feliz quando ele sorriu sem motivos. E mais uma noite se passou... E que noite... Meu pai me flagrou abandonando seu quarto, mas eu nem ao menos senti medo. Me sentia bem, não que o mérito se devesse aos acontecimentos recentes ao fato e sim porque há algo de calmante... de alegre em sua presença que não sei descrever em palavras, senão usando justamente estas. Anime, jogos, sorvete e café, e então, outro adeus. 
                       Desta vez, eu definitivamente sei que nem ele voltou igual, porém, não acho que algo irá mudar... Acredito que de alguma forma, se existia alguma esperança, eu a destrui no momento em neguei em sua frente, para minha irmã, qualquer relacionamento. Me senti uma criança, negando instintivamente tudo que aparecia pela frente em defesa própria. Mas ele se foi denovo, e parece estranho outra vez, sempre que ele vai, parece mais distante do que realmente as estradas demonstram... Às vezes me deixa triste, mas ainda me pergunto o motivo pelo qual outra camiseta ter sido deixada para trás... desta vez, propositalmente. Realmente me agrada muito seu cheiro, porém, seria uma promessa de retorno, ou uma simples ação impensada? Sei que depois do primeiro reencontro, todas as outras vezes, algo com seu cheiro me acompanhava em casa. Sei que agora, tenho sinos que tocam para mim em casa e flores que dançam ao sol. Sei que talvez isso tudo não seja ao acaso. Mas talvez seja só minha imaginação. Só sei que algo está mudando em mim, e o medo de doer aumenta, mas a vontade de fugir morreu. Me defenderei aqui no campo de batalha, mas não volto fugida.
                        Não nomeio, não taggeio, deixo aí como uma historia distante contada, e que ainda está sendo escrita. Se o final chegar, poderei então descrevê-lo aqui. Aqui que tão poucos vêem.
E que essa historia se sepulte aqui caso me acometa o arrependimento.

~~Yukina Iayoi

[Edit] Resolvi taggear, não tenho mais motivos pra sentir vergonha, apesar de nada ter mudado até então.[/Edit]